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					Nível Real dos Efetivos do Exército de 1830 a 1920   | 
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					1830   | 
			
				 
					30.000   | 
			
				 
					1871   | 
			
				 
					19.000   | 
		
| 
				 
					1831   | 
			
				 
					14.342   | 
			
				 
					1880   | 
			
				 
					15.000   | 
		
| 
				 
					1841   | 
			
				 
					20.925   | 
			
				 
					1889   | 
			
				 
					13.000   | 
		
| 
				 
					1848   | 
			
				 
					16.000   | 
			
				 
					1892   | 
			
				 
					27.000   | 
		
| 
				 
					1855   | 
			
				 
					20.000   | 
			
				 
					1907   | 
			
				 
					30.066   | 
		
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					1863   | 
			
				 
					16.000   | 
			
				 
					1920   | 
			
				 
					45.405   | 
		
| 
				 
					1865   | 
			
				 
					35.689   | 
			
				 
					  | 
			
				 
					  | 
		
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				 Quadro 1. Fonte: Relatórios do Ministério da Guerra e Mapas do Exército, como cita Edmundo Campos Coelho, Em Busca de Identidade: o Exército e a Política na Sociedade Brasileira (Rio de Janeiro, Forense - Universitária, 1976), 40  | 
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	Ele selecionou 400 oficiais para constituir o famoso Batalhão Sagrado que empregou como um núcleo a ser apoiado por unidades da Guarda Nacional para sufocar os levantes regionais. Este entrosamento de forças tornou-se importante na tradição da nação armada. Havia uma associação do exército regular com forças paramilitares lutando pelos interesses nacionais; agora, pela primeira vez, isto estava ocorrendo sob a liderança de um oficial de carreira do Exército Brasileiro. No desempenho de sua missão, Caxias revelou conhecimento de traços característicos da sociedade, como, em particular, a transigência e a conciliação. Ao chegar a uma determinada região como objetivo de pacificá-la, ele entrava em contato com os revoltosos para o estabelecimento de diálogo. Esta abordagem conciliatória em geral produzia os resultados desejados e a área voltava a ficar sob controle com um mínimo de derramamento de sangue. Desta forma, Caxias demonstrou possuir qualidades de estadista, como o fez em diversas oportunidades através de sua carreira, em postos que ocupou no governo do Império. Quando era necessário, isto é, quando o emprego da transigência e da conciliação não produziam efeitos, Caxias demonstrava seus dotes militares e solucionava a situação pelo emprego da força. Embora com tirocínio político e com capacidade de atuar na política nacional do Império, ele permaneceu com suas preocupações voltadas para o bem-estar e para os problemas materiais e profissionais do Exército. 
	
	O mau tratamento recebido pelo Exército depois da Guerra do Paraguai desiludiu Caxias, mas é fácil visualizar por que ele sintetiza o estereótipo de cidadão-soldado na história do Brasil. 
	
	Para apreciar devidamente a mentalidade de Caxias e dos oficiais de sua geração, que seguiram seu exemplo, deve-se considerar que sua índole se amalgamou à idéia de que os oficiais de carreira do Exército constituem uma classe especial para a qual a honra militar é muito importante. Existe um ponto de vista diferente, no qual se considera que em vista do status social dos militares de carreira estar associado ao baixo prestígio do Exército, a geração de Caxias procurou bajular a classe política civil, atuando como guarda pretoriana, pouco se identificando com o Exército. E é verdade que muitos chefes militares tiveram aspirações de estadistas, vários exercendo funções ministeriais e congressistas (Veja quadros 2 e 3). 
	
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						MINISTROS MILITARES DE 1871 A 1930   | 
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| 
					 
						Período   | 
				
					 
						Quantidade   | 
				
					 
						%   | 
			
| 
					 
						1871-1889   | 
				
					 
						33   | 
				
					 
						21,21   | 
			
| 
					 
						1889-1894   | 
				
					 
						66   | 
				
					 
						6,06   | 
			
| 
					 
						1894-1910   | 
				
					 
						40   | 
				
					 
						35,00   | 
			
| 
					 
						1910-1918   | 
				
					 
						50   | 
				
					 
						40,00   | 
			
| 
					 
						1918-1930   | 
				
					 
						24   | 
				
					 
						41,66   | 
			
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						Quadro 2. Fonte: Barão de Javari, Organizações e Programas Ministeriais (Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1889) reproduzido in Murilo de Carvalho, "As Forças Armadas na Primeira República: o Poder Desestabilizador"(Belo Horizonte: Separata do Departamento de Ciência Política, nº1, 1974), 178.  | 
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						CONGRESSISTAS MILITARES DE 1886 A 1917   | 
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| 
					 
						Período   | 
				
					 
						Quantidade   | 
				
					 
						Percentagem   | 
			
| 
					 
						DEPUTADOS   | 
			||
| 
					 
						1889   | 
				
					 
						125   | 
				
					 
						1,60   | 
			
| 
					 
						1890   | 
				
					 
						205   | 
				
					 
						19,03   | 
			
| 
					 
						1917   | 
				
					 
						212   | 
				
					 
						5,18   | 
			
| 
					 
						SENADORES   | 
			||
| 
					 
						1889   | 
				
					 
						63   | 
				
					 
						3,17   | 
			
| 
					 
						1890   | 
				
					 
						74   | 
				
					 
						17,58   | 
			
| 
					 
						1917   | 
				
					 
						63   | 
				
					 
						12,59   | 
			
| 
					 
						Quadro 3. Fonte: Murilo de Carvalho, "As Forças Armadas", 179.   | 
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Entretanto, quando se colhe a opinião dos próprios chefes militares, aparece logo a intenção de estabelecer uma diferenciação entre as suas motivações e as dos líderes políticos civis. Caxias, por exemplo, sempre dizia que ele era "mais um militar do que um político", embora fosse por outros rotulado como o mais civil dos soldados. O principal vulto militar que pertenceu ao Partido Liberal, o Gen Manoel Luís Osório, Marquês do Herval, também dedicou sua carreira a serviço da pátria, mas procurava destacar seus motivos particulares através de pronunciamentos como o que se segue: "Quando lhe perguntarem a que partido político em nosso país eu pertenço, você deve dizer... ele não tem partido porque os partidos dividem os brasileiros. No cumprimento de minha missão, o que menos me preocupa são as conseqüências políticas ou os interesses partidários porque eu vejo apenas a honra e a dignidade da pátria, quando é enxovalhada".


