----------------------- Page 547-----------------------
chumbo". De qualquer forma, o sentido era o mesmo. Quando 
o tanque de imersao se enchia, levava o submarino para o 
fundo. 
Ao passar as maos pela lateral do tanque, o apresentador de 
Maravilhas dos mares encontrou dezenas de buracos de 
balas. Podia sentir a água entrando. O Triton estava se 
preparando para um mergulho profundo, quer Tolland 
gostasse ou nao. 
O submarino estava agora a quase um metro de 
profundidade. Nadando para a frente, Tolland encostou o 
rosto no domo e olhou para dentro. 
Rachel estava socando o vidro e gritando, apavorada. Michael 
sentiu-se impotente, a mesma sensacao que experimentara 
anos antes, ao ver a mulher que amava morrer num quarto 
frio de hospital. Movendo-se debaixo d'água, ele pensou que 
nao suportaria passar por tudo aquilo novamente. Célia 
dissera que o marido era um sobrevivente, mas ele nao queria 
continuar a viver sozinho pela segunda vez. 
Seus pulmoes estavam ardendo, mas ainda assim Tolland 
permanecia lá, na frente dela. A cada vez que Rachel batia no 
vidro, ele ouvia bolhas de ar saindo e o submarino afundava 
mais um pouco. Ela estava fazendo gestos para mostrar que 
havia água entrando pela janela. 
Havia um vazamento no domo. 
Um buraco de bala na janela? Pouco provável. Com os 
pulmoes quase arrebentando, Tolland preparou-se para subir. 
Percorreu com as palmas das maos a grande janela de 
plexiglas e seus dedos encontraram uma peca de borracha 
solta. Uma das vedacoes externas fora danificada quando o 
submarino caiu. Por isso estava ocorrendo um vazamento no 
interior da cabine. Mais notícias ruins. 
Subindo até à superfície, Tolland respirou fundo três vezes, 
tentando concentrar-se. A água que estava entrando na 
cabine só iria acelerar a descida do Triton. O submersível já 
estava a 1,5 metro de profundidade e o oceanógrafo mal 
conseguia tocá-lo com os pés. Mas ainda podia sentir Rachel 
batendo desesperadamente no domo. 
Dan_Brown_-_A_conspirao                           547 


